Mulheres com Dificuldades para Engravidar são 25% mais Depressivas

Somente no Brasil, cerca de 8 milhões de casais passam por problemas de infertilidade

Foto: Reprodução/Internet

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgados em julho deste ano, a infertilidade atinge de 10% a 15% dos casais em idade fértil. Somente no Brasil, cerca de 8 milhões de casais passam por esse problema. Mais especificamente, mulheres são dominadas por sentimentos como culpa, estresse, frustração, seguidos de vários problemas psicológicos. Mulheres com dificuldades para engravidar apresentam cerca de 25% a mais de sintomas depressivos em comparação a mulheres sem essas dificuldades.
 

O desejo de ter filhos é uma realidade na vida de muitos casais, porém, esse sentimento pode se transformar em frustração quando esbarram em dificuldades. A maioria das mulheres imagina que assim que desejarem ter um filho, irão engravidar, não conseguem pensar em não atingir esse objetivo de vida. Por isso, quando a dupla percebe a possibilidade de não procriar, há um desgaste físico e emocional em ambos, especialmente no feminino. 

Segundo a ginecologista Dra. Silvia Joly, médica associada à AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), mulheres com dificuldades para engravidar costumam enfrentar uma série de desafios emocionais: “Existe uma grande pressão social e queda da autoestima feminina, devido às expectativas da sociedade em relação à maternidade. Todos esses sentimentos, tão intensos e dolorosos, aumentam muito o risco de desenvolvimento de uma depressão”, afirma. 

O estresse, a frustração, a culpa e a ansiedade andam lado-a-lado com o diagnóstico de infertilidade. Eles já acompanham a mulher antes mesmo do período de tentativa de gestação natural, já que este período por si só traz uma grande carga emocional. Cada teste de gestação negativo, estes sintomas tendem a se agravar e se transformarem em problemas psicológicos que precisam ser resolvidos. 

“Os profissionais que lidam com o diagnóstico de infertilidade devem, acima de tudo, acolher o casal que passa por esse diagnóstico. O acolhimento deve ser pautado na individualização de cada caso, empatia no repasse de informações, alinhamento de expectativas, atenção e disponibilidade para sanar todas as dúvidas necessárias”, comenta a ginecologista Ana Clara Pontes, também associada à AMCR. Ainda, a médica afirma que o encaminhamento para uma equipe multidisciplinar de psicologia pode ser necessário, e auxilia durante a jornada do casal.

 Quando se fala sobre infertilidade, o questionamento e investigação deve partir do homem e da mulher, pois a fertilidade afeta os dois. O diagnóstico é feito de diversas formas, a fim de descobrir o que está afetando a gravidez. Dois aspectos fortemente analisados nesse momento são o tempo de tentativas e o tipo de infertilidade. No caso de mulheres, isso pode estar atrelado com idade avançada, menstruação irregular, menopausa, endometriose e demais doenças ginecológicas.

“Cada caso é individual, mas quando o casal apresenta dificuldades para engravidar, algumas técnicas de reprodução assistida utilizadas são o namoro programado, inseminação intrauterina e fertilização in vitro. A escolha de qual delas será utilizada deve levar em consideração os achados na história clínica e exames do casal. Cada procedimento tem as suas indicações específicas”, diz a Dra. Aline Bender Cervi, da Associação.

Em relação aos próximos passos após um diagnóstico de infertilidade, a Dra. Verônica Boeira Lima da AMCR, assegura a importância em buscar atendimento de um especialista em reprodução humana, para que se possa realizar a avaliação individualizada do casal e definir o melhor tratamento. Além disso, frisa que um estilo de vida saudável é parte importante, tanto para aumentar as chances de sucesso no tratamento, como para manter a paciente na melhor forma possível para uma futura gestação.

Fonte: A AMCR – Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil – é uma entidade sem fins lucrativos, suprapartidária. Fundada em março de 2021, pela médica ginecologista, Prof. Dra. Marise Samama, possui 47 associadas, pós-graduadas da área da saúde, distribuídas em todas as regiões do Brasil. A associação é fruto da vontade dessas mulheres (cientistas, médicas, biomédicas e profissionais de saúde), que defendem a igualdade de oportunidade entre gêneros, reconhecimento e valorização da mulher e da ciência e atuação das mulheres nas áreas de saúde feminina e Reprodução Humana
 

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