Redes Sociais e a Exposição das crianças

Especialista alerta para o comprometimento do desenvolvimento infantil pelos estímulos da internet.

Nove em cada dez crianças brasileiras tem acesso à internet e 22,3 milhões delas, com idades entre 9 e 17 anos, estão conectadas. Os dados são da pesquisa TIC KIDS ONLINE BRASIL, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), que revelou também que o uso das redes sociais aumentou entre os menores de 18 anos.

Um sinal de atenção para os pais é que, segundo o levantamento, quase um terço das crianças e jovens buscam na internet informações sobre saúde mental, apoio emocional e alimentação saudável. Mesmo que as inscrições nas redes sociais sejam permitidas a partir dos 13 anos, é preciso ser zeloso quanto ao acesso já que a maioria deles é realizado através do celular, sem o controle parental. “Adultos, que não tiveram contato com as redes sociais até bem pouco tempo, estão lidando com a influência negativa e distorção de imagem, por isso é necessário imaginar esses impactos no pensar das crianças”, alerta Aline De Rosa, especialista em desenvolvimento infantil integrativo.

De acordo com o estudo da Internet Watch Foundation (IWF), o número de crianças, de 7 a 10 anos, que postam fotos nuas na internet cresceu 360%. “A exposição precoce, muito antes delas estarem prontas para lidar com alguns desafios do mundo, está acelerando problemas que antes se viam em idades mais avançadas”, completa.

Para Aline De Rosa é necessário que pais e responsáveis protejam meninos e meninas de estímulos que podem causar danos na vida adulta. “O papel daquele que educa é dar limites, mesmo quando a criança não gosta, desde que seja firme, amoroso e seguro”, argumenta.

Crescer rápido demais não é aconselhável, porque as etapas do desenvolvimento infantil existem por um propósito maior. “A infância é o chão onde o ser humano vai pisar por toda a vida e está cada vez mais encurtada”, finaliza a especialista.

Confira 5 orientações de Aline De Rosa para proteger crianças dos estímulos das redes sociais:

1 – Tenha controle do que seu filho consome na internet: “Tudo o que a criança recebe de fora vem com um grande poder para dentro, principalmente nas pequenas que não conseguem filtrar e misturam o que veem com o que vivem”, explica Aline.

2 – Limite o tempo de tela: “É preferível que a criança não seja parte do grupinho do que permitir que ela comprometa seu desenvolvimento só para não se frustrar”, ensina a especialista.

3 – Esteja presente quando a criança estiver usando o celular, computador ou televisão: isso porque ela consome vai ser absorvido e provavelmente levado para o ambiente familiar e escolar.

4 – Estimule brincadeiras fora das telas: crianças precisam se sentirem úteis e jogos de tabuleiro e quebra-cabeças são bons exemplos de brincadeiras que promovem a solução de problemas.

5 – Desenvolva a autoestima do seu filho desde cedo: “Crianças já nascem com amor-próprio e é na fase que vai de zero aos 7 anos que criam uma primeira imagem de si mesmas. Meninos e meninas com boa autoestima se tornam adultos que colocam sua voz no mundo”, esclarece a especialista.

Fonte: Especialista em Desenvolvimento Infantil Integrativo Aline De Rosa

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