Sou mais uma mãe solteira

Olá, meu chamo Luciana e tenho 2 filhos, um de 10 anos (com o primeiro marido) e a Emilly de 3 aninhos (com o segundo marido) e é dela que vou falar…

Conheci o pai da Emilly na empresa que trabalhava, com o tempo começamos uma bela amizade… (ambos recém separados, e ele também com um filho) acabamos em namoro, e em tão pouco tempo fomos morar juntos. Vivemos nossa relação intensamente, com muito amor… mas pouco antes de completarmos 2 anos de relacionamento ele foi embora de casa… e logo voltamos a ficar juntos novamente… e acabamos voltando e engravidei nesse volta.

Os primeiros meses de gestação foram bons, mas com o passar do tempo foi piorando, e vivíamos no inferno, brigas e mais brigas, ele não me ajudava em nada em casa, saia sozinho, ia embora pra casa da mãe dele e de amigos, ia para a faculdade e chegava tarde… e o que mais me perturbava era uma amizade com uma menina de lá que ficava mais tempo com ele do que eu mesmo como mulher dele!

Quando a Emilly nasceu, pensei que iria melhorar, mas foi ficando cada vez pior…

Ele continuava não me ajudando em nada…

Com poucos dias de resguardo ele trouxe o filho dele para nossa casa, e o tempo que poderia dedicar-se a ajudar e cuidar da bebê acabou me trazendo mais trabalho e estresse…

O filho dele fez xixi no chão do banheiro e pedi que ele fosse limpar e fingiu que não tinha ouvido… eu mesma com apenas 5 dias operada de cesárea tive que pegar uma vassoura e fazer o serviço sujo, porque o cheiro já estava insuportável… Nesse mesmo dia, era um sábado, passei o dia deitada, porque era preciso repouso, e ele pouco se importava se eu estava com fome e se precisava de ajuda com a bebê…

A noite, quando minha mãe chegou da igreja perguntou-me se havia comido algo, eu disse que não, passei a tarde e a noite sem comer… ela ficou furiosa com essa situação e foi preparar algo para eu comer…

Alguns dias depois, continuávamos num clima horrível, só briga, isso era constante, porque ele não queria me ajudar em nada só porque trabalhava o dia todo…

Ia para a casa da mãe dele e nem me preguntava se queria ir junto… saia com o outro filho dele sozinho, como se não tivesse outra filha, muito menos uma mulher…

Cheguei a ver um email dele se declarando para uma colega que havia estudado com ele anos atrás… eu pirei! Ele só não me traiu porque ela não quis nada com ele…

Nossa última briga foi quando ele disse que queria sair comigo e a bebê mas não tinha dinheiro, e depois de meia hora se arrumou e saiu com o outro filho dele e voltou pra casa lá por volta de meia noite… Depois de 2 dias ele chegou em casa e disse que ia embora… me humilhou, disse que não gostava mais de mim…

Passou uns 2 meses sem procurar saber como a Emilly estava… eu que sempre procurava ele pra que fosse presente na vida de nossa filha porque eu sei o que é crescer sem a presença do pai… mas nunca dava para ele ficar com ela… raras as vezes que ele vinha vê-la aqui em casa…

No batizado dela, ele por pouco não foi… e no aniversario de 1 ano não foi porque pra ele o mais importante era se tava bem comigo ou não, se tivéssemos brigado ele descontava tudo nela… e não foi para o aniversario por causa da noiva dele, porque reclamei que ele tava namorando e eu ralando precisando da ajuda dele com a organização da festa e nada dele aparecer e nem apareceu mesmo… minha família que sempre me ajudava… minha mãe, minha avó e meus irmãos…

Todas as vezes que pedia para que ficasse com ela arrumava uma desculpa… não podia levá-la ao médico, não podia passar o final de semana com ela, não podia ligar para saber como ela estava, e nem remédios podia comprar…

Foram contadas as vezes que ficou com ela, e que teve participação de algo na vida da nossa filha… Sempre tive que me virar pra fazer tudo por ela… e ele só começou a pagar a pensão porque eu fui atrás da justiça para obter os direitos dela… mas mesmo assim ficou me enrolando e até hoje não pagou a escola dela, que pela empresa que ele trabalha tem direito de auxilio a creche…

Eu levo minha filha ao médico, a passeios, aniversários, eventos diversos e ele raramente só para a casa onde ele mora, e a pega às 11 horas da manhã e quando são 17 horas já tem que deixá-la aqui em casa…

Então é assim que vou levando minha vida, um homem que era maravilhoso, transformou-se em um monstro e não tem nada de um bom pai, que ele mesmo confessa não ser… não vejo amor e carinho, muito menos preocupação da parte dele e nem da família dele… dou graças a Deus por ter a família que tenho que dão sem reclamar todo amor e carinho que ela precisa…

Porém um dia ela sentirá falta, quando começar a entender um pouco mais, pois hoje ela esta apenas com 3 aninhos…

Então, sou mais uma mãe solteira, que faz de tudo por seus filhos, no dia a dia luta por tudo para que tenham ao menos o que comer, vestir e dignidade para seguir nessa vida. Porque se dependesse do pai, não sei o que seria da minha filha…

Hoje até o pai do meu primeiro filho me ajuda com ela quando preciso… e com o próprio pai não posso contar… mesmo hoje estando bem de vida, com carro novo, reformou a casa da mãe dele, viajou… e um remédio que seja não pode comprar para a filha… então tenho que me virar com minhas vendas (sou autônoma), mas meus filhos têm tudo no quarto deles… com a graça de Deus!

Luciana

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