“Vacina Boa é Aquela no Braço” Também Vale para Grávidas?

A vacinação contra Covid-19 está avançando no Brasil. E que bom! A grande questão é como as opções já aprovadas para aplicação no País interagem com públicos específicos, como é o caso das grávidas e puérperas, e quais os efeitos colaterais. Esse tem sido motivo de grande discussão e, por isso, resolvemos abordar o tema em nossa coluna.

Antes de continuar, um alerta importante: as grávidas têm até 17 vezes mais risco de morrer se contraírem Covid-19, segundo uma pesquisa realizada com 703 hospitais pela Infections Diseases Society of America, publicado no Oxford Academy, da Universidade de Oxford.

Uma das preocupações para essa discussão é o fato de que as vacinas para a doença estão chegando ao mercado sem completar todas as etapas de avaliação científica. Não é verdade: as vacinas aprovadas são comprovadamente eficazes contra apresentações graves de Covid-19, o que ainda está em estudo são os efeitos adversos em públicos específicos, como grávidas, puérperas e crianças.

Existe sim a possibilidade de efeitos colaterais, mas, na população em geral já está claro que os riscos são baixos e os benefícios são muito maiores. Enquanto os estudos avançam para os demais públicos, as grávidas e puérperas devem manter um rigoroso cuidado para evitar contaminação e conversar com o médico que as acompanham para entender o risco benefício de seus casos em específico.

Isso porque para qualquer das alternativas, é preciso levar em consideração o quadro clínico da paciente, as eventuais comorbidades como doenças crônicas pré-existentes, o histórico familiar e os hábitos de vida da paciente: devemos lembrar que há mulheres que, mesmo grávidas, não têm a oportunidade de trabalhar em home office durante a pandemia e, por consequência, acabam mais expostas ao vírus.

Como profissionais de saúde, seguimos avaliando todas essas particularidades para fazermos a melhor indicação e, em paralelo, torcendo para que os dados científicos evoluam, assim como a pandemia chegue ao fim. As futuras mamães e seus bebês, assim como toda a população, agradecem!

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Dra. Paula Fettback

Médica ginecologista doutora pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em infertilidade de alta complexidade

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