13 dicas para você se preparar para a amamentação

A amamentação é um tema que deixa as futuras mamães cheias de dúvidas. Veja como superar tudo isso.

Apesar de ser muito natural, a amamentação pode trazer algumas dúvidas, afinal, trata-se de um aprendizado, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Mas, então, como podemos nos preparar para a amamentação?

Não, você não precisa passar aquela bucha vegetal nas aréolas e mamilos, como talvez você já tenha ouvido por aí. Hoje já se sabe que isso acaba com a camada de gordura natural que se forma nas mamas e serve para protegê-las, tornando-as ainda mais sensíveis.

A resposta não está nas mamas e sim na cabeça. A melhor forma de estarmos prontas para o aleitamento materno é ter informação de qualidade. Se tivermos a certeza de que podemos amamentar, que nosso leite é o melhor alimento para nossos filhos e que dificuldades podem aparecer mas, com a ajuda correta, elas logo desaparecem, estaremos prontas.

Mãe amamentando seu bebê - Foto: Dubova / SutterStock

Se você está grávida e quer se preparar para esse momento especial, confira essas dicas:

  1. Conheça a importância da primeira mamada
    Converse com a equipe que irá atendê-la no parto e diga que você quer amamentar seu bebê na primeira hora de vida. Esse primeiro contato promove a proteção imunológica que o bebê precisa ao nascer, além de ajudar no sucesso da amamentação. Ainda que ele não queira mamar e apenas cheire ou lamba seus mamilos, esse ato ajuda na criação do vínculo entre mãe e filho.No contato pele a pele o bebê sente o cheiro e o calor da mãe, regulando sua temperatura, além de estabilizar sua respiração. Um dado interessante: o colo da mãe sobe até dois graus sua temperatura quando o recém-nascido e colocado sobre eles logo após o parto.

    Peça para ficar em alojamento conjunto com seu bebê na maternidade. Essa prática faz com que mãe e bebê fiquem juntos o maior tempo possível, possibilitando o contato pele a pele e permitindo que a equipe do hospital possa auxiliá-la tanto na amamentação como nos primeiros cuidados com o bebê. Assim, você pode amamentá-lo sempre que ele requisitar e evita que seja dado leite artificial a ele.

  2. Mantenha distância de bicos artificiais
    Bicos de silicone, muitas vezes indicados já dentro das maternidades, só atrapalham a amamentação. Eles não permitem que a ordenha seja feita corretamente, diminuindo a quantidade de leite e ferindo os mamilos. Independente do tipo de mamilo que você tenha, não há necessidade de usar um intermediário, porque bebê não mama o bico e sim a aréola, onde estão concentrados os seios lactíferos, conhecidos como “bolsões de leite”.Chupetas e mamadeiras também são grandes vilões, pois costumam causar confusão de bico, fazendo com que o bebê deixe de querer mamar diretamente no peito. Se, por qualquer motivo, for necessário ordenhar e dar o leite materno de outra forma escolha o método do copinho ou a colher.
  3. Tire o foco da balança
    Nos primeiros dias o bebê irá mamar apenas o colostro. Os seios ainda estarão macios e o bebê aprenderá a fazer a pega correta. Após 3 ou 5 dias, acontece a descida do leite e os seios ficarão mais cheios.Todo bebê perde peso no início. A natureza é sábia e, por isso, nós já nascemos com uma reserva de energia. Essa perda de peso é, em média, de 10%, e ele pode ser recuperado até um mês após o nascimento.

    Cada pessoa é diferente da outra e os bebês também têm suas particularidades. Por isso, se algum profissional disser que você precisa complementar a amamentação com leite artificial, busque a opinião de um especialista em amamentação que possa ajudá-la a corrigir possíveis problemas de pega e melhorar as mamadas.

    E lembre-se: os gráficos de crescimento são feitos baseados em médias e isso significa que é normal, sim, ter crianças acima ou abaixo da média.

  4. Aprenda a aumentar a produção
    Apenas o ganho de peso não é fator decisivo para dizer que o bebê não está mamando o suficiente. Se ele estiver molhando entre 4 a 6 fraldas de xixi diariamente e estiver “espertinho”, ele estará bem hidratado.No caso de precisar aumentar a produção de leite beba bastante líquidos, descanse e aumente o número de mamadas. Outro fator fundamental é amamentar ou ordenhar as mamas de madrugada. Temos um pico de prolactina durante a noite e é importante estimular a produção neste período.

    Nosso psicológico também influencia muito na produção de leite. Então, se perceber que está vivendo momentos de estresse, peça a ajuda de familiares para que essa situação seja solucionada e você possa voltar a relaxar e a se ocupar com o que você tem de mais importante naquele momento: seu bebê.

  5. Conheça as recomendações do Ministério da Saúde
    Os bebês devem mamar exclusivamente o leite materno até os 6 meses. Isso significa que até essa idade eles não precisam de mais nada, nem água ou chá. Após esse período inicia-se a introdução de alimentos e a amamentação deve seguir, no mínimo, até 2 anos.
  6. Escolha a livre demanda
    Hoje já se saber que ter horários rígidos para amamentar não é a melhor opção. Ofereça o peito ao seu filho sempre que ele quiser, pelo tempo que ele desejar. Assim a produção será estimulada e o bebê estará alimentado de forma adequada. Bebês têm a necessidade de sucção, por isso, ele provavelmente irá querer passar mais tempo mamando. Além disso, peito é o acalanto, a segurança e o carinho que ele precisa para entender esse mundo novo.
  7. Não tenha leite artificial em casa
    Algumas pessoas podem nos dar de presente, na melhor das intenções, uma lata de leite artificial. Agradeça e devolva – ou a dê para alguém que você saiba que já faz uso deste produto. Ter leite em pó próximo da gente pode se tornar uma grande tentação em momentos de dúvida sobre a quantidade de leite materno produzido. Prefira procurar ajuda profissional antes de apelar para este recurso.
  8. Ignore conselhos errados
    Sim, eles irão aparecer e você pode ignorá-los. Sempre haverá uma mãe, sogra ou amiga que vai te dizer que seu leite não está sendo suficiente e seu bebê está com fome, que chás podem ser dados para aliviar a cólica do bebê e que você está deixando seu filho mimado por permitir que ele fique tanto tempo no seu colo. Também vai ouvir dizer de alguém que se der leite artificial seu filho irá dormir a noite toda porque ele tem é fome. Mas a verdade é que bebês que tomam leite em pó demoram mais tempo para digeri-lo, afinal, ele não foi feito para o nosso organismo. Aliás, não há leite mais adequado para nossos filhos que o leite materno. Seu aparelho digestório ainda não está preparado para receber qualquer outro alimento. Agradeça a dica e a desconsidere.
  9. Tenha o contato de grupos de apoio
    O pós-parto e o início da amamentação podem ser um momento de muita insegurança e dúvidas. Existem grupos de apoio que nos ajudam a passar por esse momento com mais tranquilidade. Aliás, bater um papo com outras mães e trocar experiências é sempre muito gostoso. Confira alguns deles:Amigas do Peito
    Rio de Janeiro
    http://www.amigasdopeito.org.br/
    e-mail: amigasdopeito@amigasdopeito.org.br
    tel: 21-2285 7779

    Matrice
    São Paulo
    http://matrice.wordpress.com/
    e-mail: grupomatrice@gmail.com
    tel: 11-996223737

    La Leche League Brasil
    Rio de Janeiro
    http://www.facebook.com/pages/La-Leche-League-Rio/228588697232880?group_id=0
    tel: 21-2239-0304 e 21- 8116-4141 (falar com Francesca)

    Maceió – Alagoas
    tel: 82-3325-5710 (falar com Damaris)
    e-mail:pmarroquim@ig.com.br

    Grupo Virtual de Amamentação
    http://www.facebook.com/groups/266812223435061/

    Aleitamento Materno Solidário
    http://www.facebook.com/groups/aleitamentomaternosolidario/

  10. Saiba onde procurar ajuda
    É possível surgirem dúvidas sobre a correta pega do bebê, sobre produção de leite suficiente, fissuras nos mamilos, tipos variados de mamilos (plano, invertido). Mas nada disso é motivo para você deixar de amamentar. Antes de desistir, procure ajuda especializada. Bancos de leite por todo o Brasil têm profissionais capazes de auxiliá-la com dificuldades na amamentação. Você também pode contratar uma consultora em aleitamento materno ou uma doula pós-parto para fazer o atendimento na sua casa.Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano
    http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=393
  11. Eles aprendem rápido
    Com o passar do tempo, seu bebê ficará mais eficiente para mamar e aquela mamada que costumava demorar, pelo menos, 20 minutos, será feita em apenas 3 minutos, por exemplo. Não se preocupe, seu bebê terá mamado o suficiente apenas neste tempo. Trata-se da crise dos três meses. Aliás, o mundo estará mais interessante para ele, portanto, ele deixará de querer ficar apenas no peito para começar a observar tudo o que acontece ao seu redor.Também não se preocupe se seus seios não ficarem mais tão cheios, trata-se apenas do nosso corpo adaptando-se à quantidade que o bebê precisa. Em tempo, a maior parte do leite é produzida durante a mamada.
  12. Prepare-se para o fim da licença-maternidade
    Você não precisa introduzir leite artificial ou alimentos antes do tempo só porque tem que voltar ao trabalho. Comece algumas semanas antes do seu retorno a fazer estoque de leite materno congelado. O leite materno tem duração de 15 dias no freezer.Você pode fazer a ordenha manualmente ou com o auxílio de uma bomba. Já existem alguns lugares que oferecem o aluguel delas.
  13. Amamentar é prazer
    Passados os problemas dos primeiros dias, o aleitamento materno torna-se um grande prazer, tanto para a mãe quanto para o bebê. Amamentar é dar o melhor alimento que ele poderia ter e dar, também, carinho, segurança e conforto. Infelizmente ainda vemos muitos profissionais da saúde desencorajarem o aleitamento materno prolongado (após os 2 anos). Mas saiba que não existe hora certa para o desmame. Esse momento deve ser decido entre mãe e bebê.
Alessandra Rebecchi Feitosa

Doula Parto, Doula Pós-Parto e Consultora em Amamentação Sempre fui apaixonada pela maternidade e com o nascimento da minha filha, em 2009...

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