Pesquisa descobriu que a implementação de ultrassonografias no local de atendimento para avaliar a viabilidade das gestações no primeiro trimestre melhorou o atendimento às pacientes grávidas e reduziu as visitas de emergência em 81% para pacientes que não sofreram aborto espontâneo.

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A ultrassonografia obstétrica é importante para a saúde da mãe e do bebê, pois permite identificar malformações, anormalidades e doenças precocemente. E um estudo recente mostrou que os exames de ultrassons devem ser feitos ainda no início da gravidez, no primeiro trimestre. “A implementação da ultrassonografia (US) no local de atendimento para avaliar a viabilidade e a idade das gestações no primeiro trimestre melhorou o atendimento de pacientes grávidas e reduziu as visitas de emergência em 81% para pacientes que não sofreram aborto espontâneo, segundo esse estudo”, explica o ginecologista e obstetra Dr. Nélio Veiga Junior, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. “No início da gravidez, é possível notar batimentos cardíacos do bebê, número de embriões, localização do saco gestacional, alterações na pelve, tempo da gestação e localização da placenta”, acrescenta o médico.
O estudo mostrou que o atendimento mais abrangente no início da gravidez evita consultas separadas para ultrassom e oferece avaliação de risco e educação do paciente. “Essa abordagem integrada permite que pacientes com menos de 14 semanas de gestação recebam atendimento abrangente em uma única consulta. Isso inclui datação da gravidez por ultrassom, avaliação imediata da viabilidade da gestação, avaliação de risco e aconselhamento no local — tudo com base nos resultados do ultrassom em tempo real”, diz o médico.
O Dr. Nélio explica que a ultrassonografia no início da gravidez ajuda os médicos a diagnosticarem problemas de forma mais eficiente e precisa, sem comprometer a qualidade das avaliações necessárias no primeiro trimestre, economizando tempo, recursos financeiros e estresse para as pacientes. No estudo, a equipe de pesquisa introduziu essa abordagem integrada em uma clínica americana no outono de 2022, permitindo que a clínica identificasse rapidamente casos de alto risco e oferecesse intervenção oportuna para problemas como aborto espontâneo ou gestações de alto risco.
Como resultado, a clínica registrou uma redução de 81% nas visitas de emergência, consultas clínicas urgentes e consultas telefônicas no primeiro trimestre, exceto em quadros de abortos espontâneos. “A implementação desse modelo pela clínica levou ao diagnóstico mais oportuno de gestações de alto risco e melhorou as orientações de saúde e o suporte para todas as pacientes. Além disso, nos casos de aborto espontâneo, o tempo para o diagnóstico diminuiu de uma média de 5,8 dias para 1,7 dias”, explica o ginecologista.
Os próximos passos sugeridos pelo estudo incluem implementar o processo de forma mais ampla em outras práticas de medicina de família e realizar o mesmo modelo de estudo, em outros serviços e em diversos locais. “No primeiro trimestre, também é recomendada a realização do ultrassom morfológico entre a 11ª e a 14ª semanas. Este exame permite rastrear anormalidades genéticas e, também, auxilia no rastreio de pré-eclâmpsia na gestação”, finaliza o médico.
Fonte: DR. NÉLIO VEIGA JUNIOR: Médico ginecologista e obstetra, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/UNICAMP). Atua em consultório privado e já foi médico preceptor no curso de Medicina da UNICAMP e médico pesquisador no Centro de Pesquisa em Saúde Reprodutiva de Campinas. CRM 162641 | RQE 87396 | Instagram: @neliojuniorgo