Coração forte antes mesmo de nascer
O que não falta hoje em dia são exames realizados no pré-natal que podem indicar alguma anormalidade no bebê que ainda está se formando dentro da barriga da mamãe. Esse diagnóstico tão precoce é considerado vital, porque algum tratamento pode ser iniciado antes mesmo do nascimento.
Dentre os exames está o Ecocardiograma fetal, ou ecofetal, que vai observar o coraçãozinho do bebê que ainda não nasceu. É um ultrassom bem parecido com os outros já realizados pela mamãe, mas por ele o médico especialista em cardiologia fetal vai observar especificamente as estruturas do coração e sua funcionalidade, verificando se estão de acordo com o esperado.
Uma anormalidade congênita do coração aparece em 5 para cada 100 nascimentos. Dos bebês com alteração congênita do coração, apenas 10% têm algum fator de risco.
Exames para o público – A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que esse exame seja realizado de rotina no pré-natal em todas as gestações. O ecofetal existe no sistema público de saúde, mas somente as mamães que têm algum risco para a má-formação do coração do bebê são as que realizam o exame. Há convênios que cobrem o ecocardiograma fetal.
A gestante não precisa de nenhuma preparação prévia para a realização do exame. É um exame indolor onde o médico colocará um gel na barriga da mamãe e através de um aparelho são geradas imagens do bebê dentro da barriga. O exame ecofetal dura cerca de 30 minutos, mas esse tempo pode ser menor caso o médico consiga verificar os dados de que precisa rapidamente ou mesmo maior se houver dificuldade na visualização das imagens.
O médico poderá dizer ao término do exame se está tudo bem, mas, às vezes, o médico pode querer rever o exame que foi gravado para analisar melhor os detalhes e só depois divulgar o resultado.
A idade gestacional ideal para a realização do ecocardiograma fetal é entre a 18a e 24a semana, podendo ser realizado até o fim da gravidez, onde as imagens são obtidas com mais dificuldades.
Drogas e medicamentos – Os fatores de riscos para que o bebê venha a apresentar uma alteração congênita do coração podem ser maternos, familiares e fetais.
Entre os riscos maternos estão as mamães que tem diabetes mesmo antes de engravidar, cardiopatia congênita, exposição a remédios e drogas que causam má-formação do bebê (anticonvulsivantes, antidepressivos, cocaína, álcool), rubéola durante a gravidez, e idade materna muito avançada ou muito jovem.
Histórico familiar de cardiopatia congênita ou síndromes genéticas ou gravidez anterior com alteração congênita do coração também elevam o risco. Os fatores fetais retardo do crescimento intra-uterino, suspeita de anormalidade cromossômica ou de anormalidade cardíaca verificada no ultra-som obstétrico, gravidez gemelar entre outros.
É conveniente que a mamãe leve todos os exames que fez para o cardiologista fetal examinar, principalmente o ultra-som morfológico. Durante a realização da ecografia morfológica, a mamãe deve pedir para que a ultra-sonografista observe mais atentamente o coração do bebê, pois caso se verifique alguma anormalidade encaminhe a mamãe rapidamente para a realização do ecofetal.