Cólicas em Bebês – parte 5

Uma somatória de pequenos detalhes podem levar ao que chamamos de cólica Ainda vamos falar sobre essas razões do choro, um pouco mais sobre a exterogestação e sobre o que fazer, quer sejam mesmo cólicas ou alguma outra possibilidade para que o bebê se acalme, permita que as mamães se acalmem, o que vai fazer o bebê se acalmar, o que vai fazer a mamãe.. tá, já deu pra entender não é mesmo? Bebê chorando no colo da mãe que está apreensiva - Foto: Nadezhda Sundikova/Shutterstock.com Passou-se um tempo, já são 4 capítulos da novela “A CÓLICA”, muitas explicações e espero que uma parte das mães já possam ter se entendido com seus filhos e que essa situação já esteja sob controle. Mas certamente há crianças que estão começando essa fase agora ou que ainda não conseguiram ser compreendidas e ainda estão chorando, causando sofrimento e insegurança em seus pais. Se as cólicas existem ou não, se são causados por uma prematuridade geral ou pela necessidade de contato com a mãe, ou a soma e mistura de todas essas e muitas outras teorias, o fato é que uma criança que até o 3º mês:
  • Chora demais;
  • Sem uma causa aparente (amamentada em livre-demanda, limpa e sequinha, ritmo intestinal em dia, na temperatura ideal – sem sinais de frio ou calor, mesmo em companhia da mãe);
  • Sem consolo;
  • Se contorce e se estica;
  • Endurece seu corpo;
… gera uma sensação de impotência e, porque não dizer, de desespero em seus pais.

Dá pra evitar?

É fundamental que o casal, durante o pré-natal, tenha acesso à informação. O obstetra não é apenas o médico que pesa, mede o tamanho da “barriga”, receita vitaminas e vacinas, pede exames, mas também o seu primeiro aliado no esclarecimento sobre essa nova fase que se aproxima. Dúvidas iniciais sobre sua alimentação, hidratação, atividades físicas, aleitamento materno entre outras podem ser esclarecidas nessas consultas periódicas. Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria preconiza e recomenda uma consulta com seu pediatra de confiança a partir da 32ª semana de gestação, Para complementar essas orientações e diminuir ao máximo a ansiedade quanto ao parto e ao pós-parto, tanto na maternidade quanto nos dias que antecedem a primeira consulta pós-parto (entre 7 e 15 dias de vida). Algumas informações interessantes:
  • A alimentação da gestante deve ser equilibrada, saudável. Não existe NENHUM ALIMENTO que seja contraindicado (talvez apenas carne crua – carpaccio, sushis e sashimis e excesso de sal);
  • Os estudos mais recentes mostram que não há indicação de se evitar leite, glúten, outros alimentos para prevenir cólicas, alergias ou intolerâncias alimentares;
  • A alimentação da gestante deve privilegiar todos os grupos alimentares importantes e a suplementação de alguns nutrientes e vitaminas (ácido fólico, ferro, ômega 3) pode ser feita através de “medicamentos” ou “suplementos”;
  • A hidratação da gestante depende de cada fase de sua gestação e de sua clínica (em relação a inchaços, náuseas, pressão);
  • A gestante pode e deve manter atividade física, evitando o sedentarismo, e a intensidade será variável de acordo com a recomendação se seu obstetra.
Mas, como não sabemos, de fato, as causas dos sintomas que o bebê pode apresentar (e que podemos chamar de “cólicas”), a informação e os acompanhamentos médicos (obstetra e pediatra) e nutricional (nutricionista) adequados são as formas mais eficazes de prevenção.

Alguns comentários fundamentais

Não

Na imensa e esmagadora maioria das vezes, ninguém está fazendo nada de errado ou deixando de fazer algo certo que crie essa situação. Sempre converse com seu médico (obstetra ou pediatra) para uma orientação.

Sim

Tentar um monte de atitudes e mudanças ao mesmo tempo dificulta tanto em saber o que é o quadro quanto em resolvê-lo. Não deixe o choro do bebê provocar uma ansiedade tão intensa que se comece ouvir mil sugestões e colocá-las em prática. Ao final, se alguma delas resolver ou piorar o quadro ficará muito complicado saber o que foi.

Não

O bebê não nasce pronto. Seus órgãos e suas funções levam um certo tempo para se adaptarem e “aprenderem o que tem que ser feito”. Quando o bebê nasce e mama o leite materno ele pode evacuar a cada mamada, fezes líquidas, como passar até 5 a7 dias sem evacuar, fezes pastosas. Ao final de um ano de idade ele passa a evacuar entre uma a duas vezes a cada um a dois dias. Isso não acontece de repente. Isso vai acontecendo aos poucos, de acordo com o amadurecimento do seu bebê e de seus sistemas.

Sim

A depressão pós-parto e a ansiedade pela volta ao trabalho podem ser fatores que interferem na dinâmica da dupla mãe-bebê e podem estar tanto relacionadas com as cólicas como causar emoções que podem ser confundidas com as cólicas. Assim, tanto uma detecção precoce desses quadros quanto a orientação (psicológica e/ou até medicamentosa) desses quadros pode ajudar nessa fase.

Não

Não tente resolver tudo sozinha. Aceite e até peça ajuda para situações do seu dia-a-dia, para que você possa estar preparada e descansada para cuidar dessa situação. Se alguém quiser ficar com seu bebê para que você descanse ou quando você estiver incomodada com o choro dele (sim você é humana), a resposta pode ser sim. Se alguém se oferecer para fazer compras no supermercado, lavar sua roupa, limpar sua casa, fazer uma massagem em seus pés, a resposte deve ser sim. Permita-se.

Sim

Essa é uma situação temporária e vai passar. Você sempre pode estar junto de seu bebê para que ele entenda que, mesmo que você não possa fazer o sofrimento dele parar imediatamente, você sempre poderá estar lá para aconchegá-lo nesse (e em muitos outros momentos) da vida dele. E isso é muito importante tanto para ele quanto para você.

Tá legal! Mas o que eu faço para isso passar?

Na próxima e última parte dessa série, vou trazer dicas para todas as possibilidades abordadas aqui. Espero que alguma delas se encaixe no seu caso e ajude o bebê se acalmar, permitindo que as mamães se acalmem, o que vai fazer o bebê se acalmar, o que vai fazer a mamãe… hummm , acho que eu já disse isso. Até lá, então? Esse artigo faz parte de uma série, para ler as demais partes, acesse:
Dr. Moises Chencinski

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AM...

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