Saúde bucal na gravidez: quais os cuidados e impactos

Saúde bucal na gravidez: quais os cuidados e impactos

Saúde bucal na gravidez: quais os cuidados e impactos

Especialista explica a importância para a mamãe e para o bebê

 Com a descoberta da gravidez, é hora de procurar um obstetra e começar a cuidar ainda mais da saúde, com atenção especial e fazer um bom pré-natal. E, além dos exames tradicionais e do acompanhamento médico, as gestantes devem incluir um detalhe, que não costuma ser lembrado: a saúde bucal. Por esse motivo, a incidência de gengivite entre mulheres grávidas pode chegar a 70%, segundo estudo.

A cirurgiã-dentista, professora e coordenadora do curso de odotolongia da Faculdade Anhanguera, Dra Cristiana Maria Bertozzo, recomenda que “durante o período de gestação, a mulher deve redobrar os cuidados com a saúde bucal. Estudos científicos indicam que, na fase gestacional, ocorrem alterações hormonais que irão alterar a resposta dos tecidos que envolvem os dentes por agentes que podem causar irritação. Diferentemente da microbiota oral que desencadeia lesões cariosas, a microbiota oral associada à doença periodontal tem seu aumento favorecido pelo aumento de estrogênio e progesterona”.

A Dra Cristiana reforça que esse cuidado vai além da gestação e deve perdurar após o nascimento do bebê. Explica também que “se a gestante não possui uma saúde bucal adequada e não compreende o conceito de saúde, ela provavelmente terá dificuldades em fazer com que seu filho cresça com essa mesma preocupação. Uma das doenças bucais do bebê mais prevalentes é a cárie de peito ou de mamadeira, tendo como causa principal, a infecção da cavidade bucal das crianças por seus pais ou cuidadores, com bactérias que colonizam a boca. Esta contaminação se dá no ato da limpeza de chupeta ou durante a prova dos alimentos”.

Sobre a periodicidade, a Cirurgiã-Dentista ressalta a importância de um acompanhamento regular e desde o início da gestação. Complementa que “é necessário que seja realizado o acompanhamento da gestante durante todo o período gestacional sendo, de principal importância, a identificação na primeira consulta, do risco biológico, odontológico e do autocuidado. A partir deste diagnóstico o Cirurgião-Dentista irá determinar a periodicidade em que essa paciente deverá frequentar sessões odontológicas”.

A especialista também compartilha dicas para desvendar os mitos e verdades sobre o tema e para realizar o cuidado adequado:

1. Não há nenhuma restrição de alimentos às gestantes, a menos que seja orientada pelo Médico que a acompanha;

2. Realizar, após cada refeição, a escovação com a técnica correta e de forma completa dos dentes, ou seja, com o uso do fio dental e creme dental com flúor;

3. Reduzir o consumo de açúcar;

4. Manter a rotina de visitas ao Cirurgião-Dentista, conforme orientado por ele (a);

5. Procurar um especialista para fazer um pré-natal odontológico. Isso é importante, pois as orientações serão mais precisas, assim como a manutenção da saúde da mamãe e do bebê.

Quais os impactos o não cuidado com a saúde bucal na gravidez pode gerar?

– Hipossalivação (xerostomia): gengivite e enjoos podem dificultar a higiene bucal e, são algumas das alterações que podem aumentar a incidência de cárie e no desenvolvimento de doenças na gengiva. Isso acontece porque durante a gravidez as variações hormonais promovem uma dilatação dos tecidos gengivais, aumentando o risco de transtornos nesta região.

– Gengivite gravídica: problema bucal muito comum entre as grávidas. É causada pelo aumento do hormônio progesterona, que pode contribuir com a elevação do fluxo sanguíneo nos tecidos gengivais, tornando-os sensíveis e com maior predisposição ao inchaço durante a escovação e o uso do fio dental. Isso facilita o crescimento de algumas bactérias que causam a gengivite. Pode ocorrer a qualquer momento entre o segundo e o oitavo mês de gestação, mas geralmente é mais grave durante o segundo trimestre. – Microrganismos do biofilme bacteriano: presentes nos dentes, podem migrar para a corrente sanguínea, aumentando os fluidos biológicos que estimulam o trabalho de parto. Além disso, vale ressaltar que quando uma enfermidade gengival piora durante a gravidez, o risco de o bebê nascer prematuro aumenta

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