Como evitar que as redes sociais prejudiquem a saúde mental de crianças e adolescentes

Comentários maldosos, discurso de ódio e julgamentos feitos por desconhecidos compõem o quadro enfrentado por usuários das redes sociais. Lidar com este cenário é um desafio para qualquer ser humano, mas traz especial tensão para crianças e adolescentes que ainda estão em processo de formação física e psicológica. Por isso, paira a dúvida: como evitar que os problemas de saúde mental criados pelas redes afetem o grupo?

De acordo com a psicóloga do Hospital Edmundo Vasconcelos, Marina Arnoni Balieiro, ter total controle dos conteúdos vistos por crianças e adolescentes é uma tarefa praticamente impossível, pois o acesso não é feito somente nos ambientes familiares e o conhecimento deste grupo sobre distintos meios de estar nas redes é, muitas vezes, superior aos dos pais e responsáveis.

No âmbito prático, a psicóloga sugere firmar um acordo prévio para que não se caia na tentação de violar a questão da privacidade – tão importante para este grupo. “As regras do jogo devem ser combinadas, nenhuma decisão deve ser feita de forma escondida, para que não aconteça quebra de confiança e não haja atritos na relação entre pais, responsáveis e filhos. Ou seja, pactuar o que será observado e como os pais ou responsáveis acompanharão o que é visto na internet, seja por meio do computador ou do celular. Isso é muito mais eficiente”.

Nas redes sociais, o conselho é que os perfis das crianças e adolescentes sejam fechados, a fim de restringir o acesso de pessoas desconhecidas e minimizar potenciais interações que impactem a saúde mental. “Uma conversa mostrando que na vida escolhemos quem estará próximo de nós, no mundo virtual também devemos agir da mesma maneira”, reforça.

Marina Arnoni Balieiro destaca a relevância de ficar atento sempre às alterações de comportamento das crianças e adolescentes. “Existe alguns momentos na vida que as crianças e os adolescentes precisam de isolamento, mas o padrão de comportamento costuma ser normal. Quando isso muda, é hora de estar próximo, atento e de buscar compreender o que está ocorrendo. Se for necessário, é essencial nesse momento procurar ajuda de especialistas”.

Uma rede construída por colegas e familiares de confiança dos filhos também é fundamental neste processo, pois podem ser eles os primeiros a detectarem que existe um problema. “É de suma importância que essa relação com familiares e colegas seja verdadeira. Eles podem alertar de forma precoce sobre algo que merece atenção, e, portanto, agilizar o amparo necessário”, finaliza a especialista.

Marina Arnoni Balieiro

Psicóloga do Hospital Edmundo Vasconcelos

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